O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, fez duras críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao PT nesta quinta-feira, acusando-os de usar a máquina pública e métodos antidemocráticos para cercear a liberdade de imprensa.
"Uma coisa é divergir de notícias; uma coisa é debater as notícias, outra coisa, completamente diferente, é usar a opressão do Estado... em função do partido", disse o tucano em discurso para empresários do setor de comunicação durante o 8o Congresso Brasileiro de Jornais.
O ex-governador paulista listou o que considera ser os três instrumentos usados pelo PT para oprimir jornalistas e restringir a liberdade de expressão. Um deles, de acordo com o candidato, é a utilização de dinheiro público em conferências para discutir o controle da imprensa.
"Essa é uma via democrática de estabelecer o controle, porque as conferências pagas com o dinheiro público são de frações de partido, do PT, que é a favor disso", afirmou o candidato.
Serra ocupa atualmente a segunda posição nas pesquisas, atrás de Dilma Rousseff, do PT, que, segundo alguns levantamentos, seria eleita no primeiro turno.
O tucano também apontou a publicidade governamental como ferramenta de controle da mídia e criticou o que classificou de "patrulhamento" de jornalistas que seria realizado por integrantes do PT.
"Para boa parte da mídia, o peso da publicidade governamental é grande", declarou o tucano, que também acusou petistas de realizarem "perseguição sistemática e pressão psicológica" sobre membros da imprensa.
"Jornalistas temerosos de repressão não abrem todos os fatos. Para os patrulheiros comandados pelo PT, o que importa são versões, não o fato efetivo", disse.
Serra declarou-se "ferrenho defensor" da liberdade de expressão e aproveitou para disparar também contra as relações do Brasil com países que restringem o trabalho da imprensa.
"Infelizmente o Brasil, em matéria de política externa, parece ter um especial carinho com países onde a liberdade não existe. Vamos lutar para preservá-la e defendê-la", prometeu.
"Eu na Presidência da República vou respeitar do fundo da alma essa liberdade, que é a garantia da democracia", disse. "Não fosse essa liberdade, não teriam sido descobertos mensaleiros, violadores de sigilo, portadores de dinheiro na cueca", completou.