Durante a tarde de sexta-feira, o corpo do ex-governador recebeu visitas do governador de São Paulo, Alberto Goldman, do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab e sua vice, Alda Marco Antônio, do governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, e dos senadores eleitos Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) e Marta Suplicy (PT), além de outros políticos e empresários.
Quércia, de 72 anos, estava internado no hospital Sírio Libanês, onde tratava de um câncer na próstata. No início de setembro, ele teve diagnosticado a volta da doença que havia sido tratada há mais de dez anos. Dias depois, o peemedebista desistiu de sua candidatura ao Senado para tratar a doença. Ele deixa a mulher, Alaíde, e cinco filhos.
Na tarde de sexta, Alckmin foi uma das primeiras autoridades a chegar ao velório. "Deixo aqui a nossa homenagem, nosso carinho , nosso sentimento e nossas orações", afirmou.
Aliado político de Quércia no PMDB até 1997, o atual governador de São Paulo, Alberto Goldman, descreveu Quércia como o político fundamental para reinstalar a democracia no país. Para Goldman, que deixou o PMDB para integrar o PSDB, não foi uma suposta insatisfação com Quércia que gerou o racha entre lideranças peemedebistas que deu origem ao PSDB.
"Eu conheço essa história em detalhes e posso dizer que a fundação do PSDB não tem nada a ver com as divergências internas do PMDB. Nada disso. A relação dele com Mário Covas era perfeita", afirmou.
Goldman disse que Quércia teve participação importante na campanha municipal de 2008, quando deu apoio ao prefeito Gilberto Kassab (DEM) apoiado por parte do PSDB. Na ocasião, Kassab ganhou contra parte dos tucanos, que apoiavam o então candidato Geraldo Alckmin. Para Goldman, Quércia teve papel importante também na eleição de 2010, ao abrir mão de sua candidatura em favor de Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), eleito para o Senado e pelo apoio a Alckmin para governador.
O governador Alberto Goldman e o presidente da Assembleia Legislativa de SP, Barros Munhoz, durante velório do ex-governador Orestes Quércia
Por volta das 17h30, padre celebrou cerimônia
no velório
O governador disse que Quércia representa um estilo de fazer política. "Quando de sua eleição pelo Senado (em 1974) ele foi muito pressionado. Ele sempre mostrou têmpera excepcional até os últimos dias de sua vida e agora nesse momento eleitoral. Ele era um homem que falava o que pensava, ele cumpria compromissos. Era uma política do fio de bigode. Não precisava escrever e registrar em cartório. O conversado estava combinado. "no velório
Outro aliado de Quércia, Aloysio Nunes reconheceu o apoio em 2010. "Ele foi muito importante para a vitória do governador Geraldo Alckmin e para a minha vitória", disse Nunes. O senador tucano lembrou que Quércia 'abriu uma brecha na ditadura com sua vitória ao Senado (1974) e organizou o MDB, além de ter sido um grande governador."
Marta Suplicy (PT) disse na sexta-feira que Quércia "teve papel relevante na redemocratização." Ela afirmou que compareceu ao velório representando a si mesma. "Não falei com ninguém. Eu soube de manhã. Na hora do almoço saí para vir dar um beijo na dona Alaíde", afirmou, referindo-se à viúva de Quércia.
A ex-prefeita de São Paulo e senadora eleita Marta
Suplicy
Trajetória políticaSuplicy
Orestes Quércia nasceu em Pedregulho, no interior de São Paulo, em 18 de agosto de 1938. O empresário foi vereador, deputado estadual, senador, vice-governador e governador do Estado de São Paulo. Construiu a maior parte de sua trajetória política dentro do PMDB, algumas vezes em oposição aos rumos da direção nacional do partido.