Do UOL, em Brasília
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou nesta quinta-feira (29) que a sindicância aberta pelo ministério sobre tráfico de influência dentro da pasta será concluída dentro de uma semana.
"Dentro de uma semana, estamos encerrando [a investigação] em relação a ele que tem indícios claros de ter recebido dinheiro, apesar de ser funcionário de carreira e concursado", disse Mercadante sobre Esmeraldo Malheiros dos Santos, que era consultor jurídico, um cargo de confiança do ministro. O funcionário já foi afastado.
A declaração foi dada após reportagem revelar que Rodrigues Vieira, o diretor da ANA (Agência Nacional de Águas) preso desde a última sexta sob acusação de tráfico de influência em órgãos do governo federal, obteve uma senha privativa de um funcionário do Ministério da Educação para alterar dados financeiros de uma faculdade de sua família.
A mudança dos parâmetros financeiros serviria, em tese, para a Faculdade de Ciências Humanas de Cruzeiro, no interior de São Paulo, conseguir mais recursos do governo em programas como o Pro-Uni, de bolsas para estudantes pobres, e o Fies, de financiamento de mensalidades.
Sobre o segundo funcionário acusado de envolvimento no esquema, Márcio Alexandre Barbosa Lima, da Secretaria Especial de Regulação do Ensino Superior, Mercadante disse que ele "praticamente não trabalhou no MEC" neste ano. O outro [Márcio] também é concursado, de carreira, e estava fazendo doutorado na Califórnia. Praticamente não trabalhou esse ano no MEC. Mas ele entregou uma senha, mesmo que seja só de consulta, ele quebrou o sigilo funcional."
"A faculdade [Faculdade de Ciências Humanas de Cruzeiro] não tem nenhuma bolsa do ProUni e do Fies. Nós estamos fazendo uma supervisão. Portanto vamos fazer uma auditoria completa, apesar de não ter sido identificada nenhuma irregularidade aparente", afirmou Mercadante.