Bruno Mendes morreu após sofrer uma queda de cerca de 60 metros.
Vistoria seria nesta segunda (3), mas fiscais foram ao local domingo (2).
Após uma vistoria na via Ferrata, no Morro do Pão de Açúcar, a Federação de Montanhismo do Estado do Rio de Janeiro (Femerj) constatou que o cabo de aço que segurava o alpinista Bruno da Silva Mendes, de 32 anos, que morreu durante uma escalada, estava rompido. A informação foi confirmada ao G1 na manhã desta segunda-feira (3) pelo presidente da Fermerj, Delson Queiroz.
O presidente explicou que a vistoria estava marcada para esta segunda-feira (3). No entanto, segundo ele, os fiscais conseguiram acessar o local na noite de domingo (2). Bruno morreu após sofrer uma queda de cerca de 60 metros.
Outra alpinista que estava com ele, identificada como Andréia Pereira, de 40 anos, sofreu pequenas escoriações. Ela permanece internada no Hospital Miguel Couto, na Gávea, na Zona Sul. O quadro de saúde dela é estável.
Ainda segundo Delson, mesmo após a vistoria, os fiscais ainda vão verificar o que realmente causou a queda de Bruno. "Nosso objetivo é esse. Mesmo com o rompimento do cabo, ainda não entendemos como e o que ocasionou esta queda. Sabemos que Bruno seguia na frente da corda como guia da escalada e estava preso por uma corda a Andréia. Agora vamos aguardar", completou.
Cabos de aço precários
A entidade já havia feito um alerta aos alpinistas em sua página na internet sobre problemas no cabo de aço da Via Ferrata ou Cepi, onde ocorreu o acidente. "O cabo de aço da via Cepi encontra-se precário em alguns pontos, estando inclusive rompido em um determinado trecho", diz o aviso.
A entidade já havia feito um alerta aos alpinistas em sua página na internet sobre problemas no cabo de aço da Via Ferrata ou Cepi, onde ocorreu o acidente. "O cabo de aço da via Cepi encontra-se precário em alguns pontos, estando inclusive rompido em um determinado trecho", diz o aviso.
No entanto, o presidente disse que não havia informações de problemas no ponto exato do acidente. "De fato, o cabo está precário em alguns trechos, mas, curiosamente, neste ponto específico do acidente, o que a gente sabe é que houve manutenção recente", afirmou Delson.
De acordo com o presidente da entidade, a dupla seguia a escalada pela Via dos Italianos e teria emendado na Cepi, onde houve o acidente. Delson Queiroz informou também que já houve vários acidentes nesse trecho porque o cabo de aço facilitava o acesso de pessoas não preparadas.
"Por esse motivo, há cerca de 10 anos, nós retiramos o trecho inicial do cabo de aço e trocamos por outro tipo de progressão para obrigar os alpinistas a terem material mínimo para a escalada, garantindo mais segurança. Desde então, não houve mais acidentes. O deste domingo foi o primeiro", frisou.
Depoimento
Investigadores foram ao hospital Miguel Couto, na noite de domingo (2), para ouvir Andreia Pereira. O objetivo é descobrir o que teria provocado a queda do alpinista, que seguia na frente da corda como guia da escalada. As informações são da assessoria da Polícia Civil.
Investigadores foram ao hospital Miguel Couto, na noite de domingo (2), para ouvir Andreia Pereira. O objetivo é descobrir o que teria provocado a queda do alpinista, que seguia na frente da corda como guia da escalada. As informações são da assessoria da Polícia Civil.