O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, ironizou a petista Dilma Rousseff nesta sexta-feira ao afirmar que a estratégia da campanha adversária é colocar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como seu oponente.
"Essa história de que fico ao lado do Lula é mentira. A Dilma não tem história, o Lula é o patrono da candidatura e praticamente é o candidato de novo... Debates, comícios, panfletos tudo tem o nome dele", disse Serra em sabatina realizada pelo jornal O Globo.
"O Lula tem história e eu também. Ela, nenhuma", completou.
O candidato tucano, atrás de Dilma nas pesquisas de intenção de voto, que apontam vitória da petista já no primeiro turno, chegou a se referir à adversária como "alguém que está perto da inexistência, que é controlada pelo governante".
"(Ela) não tem ideias. O Lula ainda é mais forte que o PT. A Dilma é muito mais fraca que o PT", avaliou. "O Lula só tem uma chance de ser candidato de novo: se eu vencer. Se a Dilma ganhar, o Lula não se elege nem deputado em 2014."
O candidato tucano classificou a atual disputa pela Presidência como uma luta entre o mito, que seria Lula, e a proposta, que seria ele próprio.
"O mito era que o Lula continuasse governando de fora, mesmo sem estar no governo. O modelo Lula se esgotou, e talvez por isso ele não tenha batalhado pelo terceiro mandato", disse Serra.
O tucano voltou a dizer que relatou a Lula em janeiro deste ano a suspeita sobre o vazamento do sigilo fiscal de sua filha, Verônica, em blogs vinculados ao PT. As denúncias de quebra de sigilo de tucanos ligados a Serra têm ocupado amplo espaço na campanha eleitoral deste ano, em que o candidato responsabiliza a adversária pelo episódio. Lula ocupou a propaganda eleitoral para defender Dilma da acusação e criticar seu oponente.
Serra disse ainda na sabatina que está confiante que vai vencer no Estado de São Paulo, governado por ele (2007-2010), apesar de as pesquisas apontarem a vitória de Dilma.
"A Dilma é alavancada pelo Lula. Ela não tem perfil de Brasil, quanto mais de São Paulo", afirmou, ao acusar o PT de fazer uma campanha financeiramente avassaladora no Estado para alavancar seus candidatos.