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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Estou fazendo economia: é um segurança-motorista', diz Nilo sobre uso de PMs

por Sandro Freitas
'Estou fazendo economia: é um segurança-motorista', diz Nilo sobre uso de PMs
Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ BN
O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia nega que exista qualquer tipo de esquema de desvio de função de policiais e tráfico de influência na Casa. Em entrevista ao Bahia Notícias, o deputado estadual Marcelo Nilo (PDT) rebateu as acusações feitas pelo subtenente Evaldo Silva e o sargento Santos de que o antigo funcionário do gabinete da presidência e atual chefe da Assistência Militar, Yuri Ferreira, comanda uma operação de uso ilegal de PMs na AL-BA e politizou a questão. Nilo acusou o deputado estadual Capitão Tadeu (PSB) de ser um dos responsáveis pelas denúncias. Segundo o pedetista, o socialista foi responsável pela indicação de “40 policiais que trabalham na Assembleia”. “Ele é militar, me pedia pela indicação e eu indicava para trabalhar”, afirmou. O presidente afirmou que não existe nenhum policial destacado para a segurança pessoal de Tadeu, mas acusou os dois autores das denúncias de serem ligados ao deputado. “Esses dois viajavam muito com ele. Quando eu descobri, devolvi. Vou devolver todos aqueles que não trabalhavam”, completou o chefe da AL-BA, que argumentou não aceitar mais indicações de Tadeu. A intenção, conforme Nilo, é reduzir o número de agentes na segurança da Casa de 63 para cerca de 45. “Vou devolver até para atender ao deputado Tadeu, já que ele acha que tem policial demais”, cutucou.
 

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Questionado sobre o uso de policiais militares como motoristas particulares de deputados e familiares, Nilo defendeu o emprego que faz dos agentes, ao relatar ao BN que a prática é comum em chefes de poderes. “O meu motorista é um militar, porque ele quer ser. O motorista do governador é um militar, do presidente do Tribunal de Justiça, do Ministério Público Estadual.... É um militar. Eles estão como segurança e, como têm carteira de motorista, preferem dirigir. Ao invés de eu contratar um motorista, estou fazendo economia: é um segurança-motorista. Esse negócio é desde o descobrimento do Brasil”, conjeturou o presidente da AL-BA. PMs ganham uma gratificação de 20% a 40% para trabalhar na Assembleia, a depender da patente. Outra denúncia dos policiais exonerados foi o uso – por parte de Nilo – de seguranças fixos na casa de praia dele, em Guarajuba, no Litoral Norte baiano. O pedetista confirmou se valer da proteção militar, mas voltou a afirmar que isso é uma prerrogativa de um chefe de poder e que só utiliza o serviço quando está no imóvel. “Quando eu vou dormir em Guarajuba, eu presidente de um poder, levo um segurança comigo, um policial militar da Casa. Tanto eu como o governador, como o presidente do Tribunal de Justiça, somos obrigados a ter segurança. Eu vou para Guarajuba dormir com minha família sem segurança? Eu levo um policial”, admitiu. O deputado ainda se prontificou a responder qualquer questionamento do Ministério Público Estadual e disse estar “tranquilo”, ao qualificar a acusação como “vazia”.

   
Tadeu acredita em retaliação por denunciar desvio de função de PMs e chama Nilo de ‘mentiroso’
Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias
As denúncias de um esquema de desvio de função de policiais, tráfico de influência e improbidade administrativa dentro do gabinete da Assistência Militar da Assembleia Legislativa tornaram a Casa um barril de pólvora. Após o presidente da Casa, Marcelo Nilo (PDT), negar a acusação e desqualificar os denunciantes, o deputado estadual Capital Tadeu (PSB) saiu em defesa dos PMs e chamou, reiteradas vezes, o chefe da AL-BA de “mentiroso”. Na companhia do subtenente Evaldo Silva (um dos exonerados), o socialista – em entrevista ao Bahia Notícias – negou que os PMs devolvidos à corporação “dormiam em serviço” ou que atuassem para ele em viagens. “Nos documentos que foram apresentados consta meu nome? Em nenhum. É mentira de Marcelo Nilo”, bradou. Sobre a indicação de 40 policiais para atuar na segurança da AL-BA, Tadeu disse que foi um pedido do próprio presidente, por ele ser um “especialista” no setor. “Vários deputados sugeriram nomes de pessoas para a segurança”, pontuou Tadeu, que ressaltou a legalidade no fato de o presidente ter o direito de usar a segurança dos PMs, até na casa de praia, mas reforçou inúmeras vezes que o foco da denúncia é o desvio de função, como policiais que trabalham como “motoristas particulares” de parentes de parlamentares. “Eles ficam à disposição de deputado e terminam fazendo serviço para a família”, acusou Tadeu, ao se referir, por exemplo, a esposas e filhos de colegas, sem cravar quais. “[As exonerações começaram] só depois que comecei a divulgar, sem citar nomes. Saiu no Bahia Notícias. Eu disse: ‘olha está acontecendo desvio de funções no Estado, isso é um absurdo’. O pessoal [policiais] começou a se recusar [a realizar os serviços] e foi aí que ele [Nilo] começou com essa represália. Por isso que estou dizendo, Marcelo Nilo é mentiroso”, reafirmou. 
 

Foto: Reprodução / Facebook
 
O subtenente Evaldo Silva também se defendeu da acusações do presidente da Assembleia. “Todo mundo que ele [Nilo] está devolvendo então dorme no serviço (risos irônicos). Eu inclusive fui o policial padrão do mês passado. Ele está devolvendo o policial padrão do mês de agosto. Eu sou ruim mesmo (novos risos irônicos)”, respondeu. “Hoje minha escala de serviço nem é durante a noite para dormir no ponto de serviço”, declarou Evaldo. Em relação à atuação do chefe da Assistência Militar, Yuri Ferreira, o qual acusou em representação ao Ministério Público de chefiar o suposto esquema, Evaldo voltou a garantir que o oficial atua como empregado de Nilo. “Ele pode não ser contratado, mas ele é o chefe de gabinete [do presidente da AL-BA]”, resumiu. Tadeu ainda completou: “Está no Diário Oficial. Ele foi nomeado chefe de gabinete e, pela lei militar, só pode ficar dois anos em função civil. Quando completou dois anos, ele foi exonerado no papel, mas continuou na prática. Ele acumula a chefia da Assistência Militar com a chefia de gabinete [de Marcelo Nilo]”. 
 

Evaldo Silva - Foto: Reprodução / Facebook 
 
Em outro momento da entrevista ao BN, o deputado do PSB ressaltou que Evaldo e Santos fazem parte do Observatório da Cidadania, entidade criada para defender a atuação correta na Polícia Militar e os direitos humanos da categoria, o que também teria contribuído para a exoneração de ambos. “Mais de 70% das cidades baianas têm menos policiais do que os 30 que estão em desvio de função na Assembleia Legislativa”, finalizou o deputado. Na lista montada por Evaldo, com nomes de policiais que estariam em desvio de função, consta PMs na área de saúde, setor financeiro e até como repórter do Canal Assembleia. Só na segurança de Nilo, o subtenente aponta a existência de 12 PMs, “fora os que ele tira da guarda”.

   
'Eleição do PT não pode ser contaminada. Não quero ser candidato da discórdia', diz Pinheiro
Fotos: Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias
O senador Walter Pinheiro negou, em contato com o Bahia Notícias, ter se aliado ao deputado federal Nelson Pelegrino na eleição do PT em Salvador de olho na indicação à candidatura de governador do Estado em 2014. O parlamentar assegura que está mantida a sua adesão a Everaldo Anunciação, também apoiado pelo chefe da Casa Civil, Rui Costa – escolhido de Jaques Wagner –, ao comando estadual da legenda. "Eu não apoiei Everaldo condicionando absolutamente nada. Na época em que apoiei Everaldo, nem a minha corrente havia definido o apoio nem tínhamos candidato em Salvador. Se, coincidentemente, Rui Costa apoia o mesmo candidato, não tem problema nenhum. Agora, no município, eu vou apoiar o candidato de Gilmar [Santiago, vereador]", avisou. Ele diz não acreditar que o processo de disputa regional possa interferir na escolha do nome que concorrerá ao Palácio de Ondina. "Não há esse alinhamento nem tão pouco a lógica de que a disputa em Salvador pode ser usada como ataque. Não tem nenhum tipo de ligação. Gilmar tentou até a última hora fazer acordo com todo mundo. Não deu certo, fechou com Pelegrino. Não existe vingança. A vingança é um instrumento na política que as pessoas que usaram, além de perder na política, perderam na saúde. Não é o PT municipal que vai interferir na escolha do candidato. A política local determina alianças diferentes daquelas estabelecidas em nível estadual e nacional. Como diz o próprio governador Wagner, a ferida local demora muito mais parar sarar; a estadual menos e a nacional menos ainda", parafraseou. Segundo o petista, ele sequer participou do processo de alinhamento entre a sua corrente – Democracia Socialista (DS) – e a de Pelegrino – Esquerda Democrática e Popular (EPD) – que definiu o lançamento do nome de Edson Valadares como postulante a chefe da sigla na capital. "Não fiz chapa contra ninguém e nem fui traído por ninguém. O povo do PT de Salvador, Gilmar e Edson, foi quem liderou o processo. Óbvio que eu defendi [ a escolha], mas é uma área que eu nem me envolvo. Nesse aspecto, quem conduz é o vereador. A minha posição não é fazer chapa contra ninguém e, sim, a favor de alguém", amenizou.
Para Pinheiro, as rusgas evidenciadas na concorrência entre as dezenas de corrente do partido podem prejudicar as pretensões governistas no pleito do ano que vem. "O PED [Processo de Eleição Direta do PT] não pode ser um elemento contaminado ou contaminador do processo sucessório. Até porque, não é o presidente do PT quem vai decidir o candidato. Tem o partido como um todo, tem o governador e os outros partidos da base aliada. Não é nem na pressão nem na folga. Tem que ser na coisa ajustada", avaliou. Diferentemente de Pelegrino, que cobra uma definição do nome antes do PED de 10 de novembro, o senador acredita que deve-se "encontrar um melhor tempo" para que haja harmonia entre petistas e aliados. "Esgarçar isso pode nos levar a um desgaste profundo. O melhor é dialogar entre nós todos e com os outros setores o momento de escolher e quem escolher", ponderou, ao admitir almejar ser referendado. "Não quero ser candidato da discórdia, do tapa e do enfrentamento. Quero ajudar na unidade. Se eu servir para a unidade, ótimo, senão vou tocar a minha vida", argumentou Walter Pinheiro, cujo mandato no Congresso Nacional vence apenas em dezembro de 2018.