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terça-feira, 6 de novembro de 2012

CVM apurava irregularidades em fundos do Cruzeiro desde 2006


DE SÃO PAULO
Folha de São Paulo


A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) investigava desde agosto de 2006 irregularidades na venda de fundos de investimento do Banco Cruzeiro do Sul, liquidado em setembro. O banco vendia fundos de altíssimo risco, prometendo retorno alto e facilidade no resgate das aplicações.
Voltados a grandes investidores, dois fundos -Platinum e Equity- foram comercializados pelos gerentes do próprio banco para cerca de 300 pequenos investidores pessoas física, muitos deles parentes desses gerentes, que aplicaram suas economias sem saber o que estavam comprando e os riscos que corriam.
Dois desses fundos aplicavam em debêntures (títulos de dívida) da Moragato, uma empresa de participações de Luis Octavio e Luis Felipe Índio da Costa, antigos donos do Cruzeiro do Sul. A Maragato tinha ações da Petrobras e participações em empreendimentos da família.
Com a intervenção e depois liquidação, essas debêntures perderam praticamente todo o seu valor, deixando os investidores com o prejuízo.
Esses fundos também só poderiam ser resgatados em 2015. No entanto, o banco estimulava um mercado paralelo de compra e venda dessas cotas (chamado mercado secundário), que dava uma impressão artificial de que poderiam resgatar a aplicação a qualquer momento (liquidez diária). Não há ilegalidade nisso.
PIRÂMIDE
Os advogados dos cotistas, representados pelo escritório Souza, Cescon, argumentam que as irregularidades podem caracterizar pirâmide financeira, como publicou o jornal "O Estado de S.Paulo". No entanto, os investimentos existiam, apesar de valerem quase nada hoje e de serem comercializados irregularmente pelos gerentes.
Para reaver pelo menos parte das aplicações, os cotistas foram à Justiça e exigiram saber o que de fato há de ativos na Maragato que possa reduzir seu prejuízo.
Os cotistas acreditam que só exista R$ 20 milhões a receber de um total de R$ 370 milhões investidos nesses fundos. A empresa de auditoria Horwarth Bendoraytes deve apresentar na sexta o balanço da Maragato em assembleia de cotistas.
O principal ativo da Maragato, que seriam as ações da Petrobras, teriam sido vendidas. Há suspeita de que os antigos donos teriam desviado R$ 1 bilhão ao exterior.
Os cotistas também pedem que sejam incluídos na massa em liquidação pelo Banco Central. A Maragato e a Verax, administradora dos fundos, estavam fora do Cruzeiro do Sul e não foram incluídas na liquidação do banco.
OUTRO LADO
Procurado, Roberto Podval, advogado dos ex-controladores do Cruzeiro, preferiu não comentar o caso, alegando que se encontra sob segredo de Justiça.
A CVM informou que não comenta casos específicos, mas afirmou que desde 2009 a supervisão dos fundos de investimento leva em conta o "potencial de dano aos investidores" e ao "funcionamento eficiente do mercado".

Apenas 1% dos paulistanos quer pedágio urbano, aponta Datafolha


EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO
Folha de São Paulo
Nada de pedágio urbano ou mais rodízio. A verdadeira solução para o trânsito de São Paulo é aumentar a rede e melhorar a qualidade do metrô e do ônibus.
Só Pitta terminou gestão pior que Kassab
Análise: Reprovação a Kassab reflete demanda por ações mais amplas
Quem diz não são especialistas em trânsito, transporte urbano e urbanismo. A análise é dos próprios paulistanos, consultados na semana passada pelo Datafolha.
A pesquisa apresentou sete possíveis soluções para o trânsito e pediu para o morador apresentar suas alternativas preferidas em primeiro, segundo e terceiro lugares.
Construir mais linhas de metrô é a solução preferida por 33% dos entrevistados, 22% apontaram a construção de novos corredores exclusivos para ônibus, 17% falaram que a saída é melhorar a qualidade dos ônibus, enquanto 14% apostam na ampliação das frotas.
Ampliar o rodízio para dois dias por semana foi a alternativa colocada em primeiro lugar por 7% dos entrevistados.
O pedágio urbano nas principais vias e a cobrança de pedágio no centro tiveram, cada um, apenas 1% de citações em primeiro lugar.
SOLUÇÕES
Quando pode apontar três soluções para o trânsito, 72% preferem o metrô e 65% falam em mais corredores.
Na gestão Gilberto Kassab (PSD) a prefeitura voltou a investir no metrô --repassou R$ 1 bilhão para novas linhas, o suficiente para menos de 5 km--, mas paralisou a política de construção de corredores --concluiu apenas a primeira etapa do Expresso Tiradentes, o antigo Fura-Fila, do parque Dom Pedro ao Sacomã e Vila Prudente.
No fim de seu mandato, Kassab abriu uma licitação para 68 km de corredores, que só ficarão prontos na gestão do prefeito eleito Fernando Haddad (PT) --ele prometeu 150 km no total.
EXPECTATIVA
O eleitor tem uma expectativa positiva sobre a gestão Haddad: 62% acreditam que ele fará um governo ótimo ou bom e apenas 8% apostam que será ruim ou péssimo.
O fator que mais influenciou o eleitor na hora de escolher o candidato foi a situação da cidade (50% disseram que teve muita influência), mais até do que as propostas dos candidatos (47%).
O julgamento do Mensalão teve muita influência para 32% dos eleitores, mas 51% disseram que isso teve nenhuma influência. O apoio de outros políticos não influenciou em nada para 75%.
Editoria de Arte/Folhapress

Prejuízo de bancos com calotes cresceu 39% no 1º semestre

ÉRICA FRAGA
DE SÃO PAULO
SHEILA D'AMORIM
DE BRASÍLIA
Folha de São Paulo


O crédito farto que vem financiando o consumo dos brasileiros desde 2009 fez as perdas dos bancos com calotes dispararem.
Segundo dados da Austin Rating, somente no primeiro semestre deste ano, os empréstimos atrasados que os bancos foram obrigados a registrar como novos prejuízos cresceram 46% (39% descontada a inflação) em relação ao mesmo período de 2011, somando R$ 38 bilhões.
Se for descontada desse montante a fatia de prejuízos antigos que os bancos conseguiram recuperar e créditos vendidos a instituições não financeiras, o valor cai para R$ 24 bilhões. Mas representa aumento de 64% (56% descontada a inflação) sobre o primeiro semestre de 2011, de acordo com o Banco Central.
DIFICULDADES
A tendência, segundo analistas, revela que os clientes que contraíram empréstimos e ficaram inadimplentes estão tendo dificuldade em quitar a dívida atrasada.
"Esses dados evidenciam a incapacidade de pagamento dos devedores, sejam empresas ou indivíduos", diz Luis Miguel Santacreu, analista da Austin Rating.
Os bancos são obrigados pelo BC a rebaixar a classificação dos créditos em atraso usando letras. O pior nível é o H que aponta atraso superior a 180 dias.
Por determinação do BC, as instituições financeiras também precisam fazer uma reserva (chamada provisão) para cobrir possíveis perdas com esses empréstimos.
Apesar dessas provisões -que têm impacto negativo no resultado dos bancos-, os créditos atrasados continuam sendo considerados um ativo, ou seja, é um valor que a instituição emprestou e espera receber de volta.
Depois de 360 dias, esse cenário muda. A recuperação do crédito inadimplente passa a ser considerada improvável e ele tem de ser registrado como prejuízo.
Se o departamento de recuperação do banco conseguir reaver parte desse crédito no futuro, pode reverter o prejuízo em seu balanço.
OTIMISMO
Apesar das perdas crescentes com inadimplência, os bancos continuaram apresentando lucros elevados. Mas passaram a racionar mais a concessão de novos empréstimos.
Segundo técnicos do governo, isso não afetará a sustentabilidade do modelo de crescimento adotado pela presidente Dilma Rousseff.
A expectativa é que uma maior cautela nas concessões paute o comportamento dos bancos, até por conta das medidas adotadas pelo BC que inibem empréstimos muito longos para compra de produtos como automóveis.
Mas, para a equipe econômica, crédito e consumo deverão ser os responsáveis pela retomada da atividade econômica em 2013, depois do desempenho ruim este ano.
O mercado interno consumidor, nas palavras de um integrante da equipe econômica, é o maior "antídoto" contra o impacto negativo da crise financeira internacional no crescimento da economia brasileira.
Mas, para alguns analistas, o modelo de crescimento sustentado pelo crédito pode ter atingido seu limite.
"A inadimplência vai continuar alta e isso vai limitar a expansão do crédito. Esse cenário não vai mudar enquanto os juros cobrados pelos bancos continuarem em níveis tão altos", diz o economista Roberto Luis Troster.
Editoria de arte/Folhapress
PERDAS DOS BANCOS COM CALOTE Prejuízo das instituições com a inadimplência cresce 46% no último semestre
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